Dificuldade na mineração de Bitcoin atinge recorde com quedas de taxas
Mesmo com a queda do Bitcoin após alcançar sua nova máxima histórica, a movimentação na rede está a mil por hora, elevando a dificuldade de mineração a níveis recordes.
Atualmente, a dificuldade na rede Bitcoin bateu impressionantes 129 trilhões, um aumento de 6,4% nos últimos 90 dias, segundo a CoinWarz. Esse número já havia superado os 126 trilhões logo no início de junho. Para quem não acompanha de perto, isso significa que está cada vez mais complicado para os mineradores adicionarem novos blocos e garantirem suas recompensas.
Um alívio pode estar a caminho, já que essa dificuldade se ajusta automaticamente a cada duas semanas. Espera-se que haja uma leve queda de 0,33% na próxima sexta-feira, dia 22 de agosto.
Por enquanto, esse cenário tem trazido desafios para os mineradores, que estão vendo suas receitas diminuírem. Nishant Sharma, fundador da BlocksBridge Consulting, menciona em seu boletim que o valor do hash — que é a receita gerada por unidade de poder computacional — despencou para US$ 60 por petahash por segundo. “Isso mostra como as margens dos mineradores estão sendo comprimidas, já que o aumento na dificuldade está superando os ganhos com a valorização do preço”, completa Sharma.
Taxas de Bitcoin em queda
Enquanto isso, as taxas de transação do Bitcoin caíram para menos de 1% das recompensas por bloco pela primeira vez. A receita dos mineradores vem de uma recompensa fixa de 3,125 BTC por bloco minerado, além das taxas pagas pelos usuários.
Em julho, as taxas representaram apenas 0,985% do total de recompensas por bloco, marcando a primeira vez que isso cai tão abaixo de 1%, conforme destacado por Sharma.
A situação não está ajudando os mineradores, especialmente com as tarifas punitivas do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, sobre as importações de diversos países que fornecem plataformas de mineração. As importações da China agora enfrentam tarifas de 57,6%, enquanto países como Indonésia, Malásia e Tailândia enfrentam tarifas de 21,6%.
Essas tarifas já impactaram negativamente duas mineradoras americanas. A Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP) enviou faturas para a Iris Energy e a CleanSpark, referentes a equipamentos de mineração importados em 2024.
A CleanSpark, por exemplo, alertou que, se a posição da CBP se mantiver, sua responsabilidade com tarifas poderia chegar a US$ 185 milhões. A IREN também está enfrentando questões semelhantes, com uma disputa de US$ 100 milhões com a CBP, e ambas as empresas estão contestando essas alegações.
Essas informações revelam como os desafios na mineração de Bitcoin estão se intensificando e o quão interligados estão os fatores que influenciam esse mercado que, por mais que apresente altos e baixos, continua a chamar a atenção.